por Perfil em
Editorial

O horror cósmico, ou horror lovecraftiano, é uma forma de horror que, apesar de seu gigantesco potencial, ainda não é muito explorado pela mídia mainstream, por ser extremamente difícil de se adaptar. Felizmente, isso vem mudando nos últimos anos, e estão chegando diversas obras baseadas no estilo que trazem uma experiência única e assustadora. Neste artigo, vamos indicar 5 obras, tanto mais antigas quanto mais novas, que representam bem esse curioso gênero.

1 – Bloodborne

horror cósmico
Foto de Bloodborne

Quando falamos de obras que representam bem o horror cósmico, é impossível não falarmos de Bloodborne.

O jogo da From Software pegou o estilo de gameplay de Dark Souls e o adicionou em um universo macabro e rico, que mistura o estilo vitoriano e gótico com criaturas que parecem ter saído diretamente dos contos de H.P. Lovecraft.

O começo do jogo não dá muitas dicas sobre com o que você realmente está lidando, pois os primeiros inimigos e mapas parecem apenas terem sido puxados de um terror mais clássico, com criaturas tipo lobisomens, cães sarnentos e aldeões amaldiçoados.

Após nos embrenharmos mais na sinistra cidade de Yharnam, começamos lentamente a entender o quão fundo é o buraco que estamos entrando: estamos lidando não com uma maldição comum de licantropia, zumbificação ou algo desse tipo, mas sim algo cósmico, que veio de algum outro lugar.

A história de Bloodborne é altamente complexa, assim como os seus antecessores da série Souls, e não iremos entrar em detalhes aqui para não darmos spoilers, mas deixamos aqui essa excelente recomendação. O jogo é difícil, como todo jogo da From Software, mas claro, não é impossível, basta apenas seguirmos a clássica filosofia da comunidade: GIT GUD.

Bloodborne foi lançado em 2015 e, até o momento, é exclusivo do Playstation 4.

2 – À Beira da Loucura

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Cena de À Beira da Loucura

Passando agora para a indicação de um filme, temos o obscuro À Beira da Loucura. Este é um filme de John Carpenter, da sua “trilogia do fim do mundo”, que é composta por este filme, e também “Príncipe das Trevas” e “O Enigma do Outro Mundo”.

À Beira da Loucura conta a história de um investigador chamado John Trent, interpretado por Sam Neil (o Dr Alan Grant, de Jurassic Park). Trent foi contratado para investigar o misterioso desaparecimento de Sutter Cane, um escritor de livros de terror, cujas histórias, segundo alguns relatos, causariam alguns distúrbios psicológicos em leitores mais fracos. Trent está convencido de que tudo isso é balela, e que o “desaparecimento” de Cane é apenas uma jogada de marketing da editora. No entanto, quanto mais ele se embrenha na investigação, mas as coisas vão ficando estranhas. Várias coisas bizarras começam a acontecer, e logo percebemos que existe algo muito sinistro por trás de tudo isso.

O terror de À Beira da Loucura é diferente do terror que estamos acostumados hoje em dia. Neste filme, você encontrará poucos jumpscares, efeitos mais práticos, típico de filmes antigos, e um terror bem mais psicológico. O filme não é como o terror tradicional moderno, com momentos tensos intercalados com momentos de calmaria, aqui nós temos um filme que, durante todo o tempo, vai te deixar com um sentimento de que “existe algo de errado”, e que tem algo sinistro à espreita. Algo que talvez seja muito pior do que podemos imaginar.

3 – Call of Cthulhu RPG

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Capa do livro do mestre de Call of Cthulhu

Falando agora de um dos trabalhos mais clássicos de adaptação de horror cósmico, temos o RPG Call of Cthulhu, ou o RPG Chamado de Cthulhu, em português.

Call of Cthulhu RPG é um dos mais antigos e clássicos RPGs de papel, bem no estilo Dungeons and Dragons. No entanto, aqui, ao invés de interpretarmos um personagem em um mundo fantasioso, com dragões, orcs e elfos, jogamos com pessoas comuns, que acabam se envolvendo com forças sobrenaturais altamente sinistras e perigosas que, se não forem paradas, podem destruir tudo o que conhecemos. O problema é que, mesmo que elas sejam impedidas, irão deixar traumas na mente dos investigadores para o resto de suas vidas.

Call Of Cthulhu tem diversas campanhas prontas, mas, como um bom RPG de papel, o mais divertido é o mestre soltar sua criatividade e criar sua própria história. Este jogo tem como fonte direta os trabalhos originais de H.P. Lovecraft, então você irá enfrentar personagens comuns dos contos, como cultistas, e criaturas horrendas como Shoggoths, Deep Ones, etc. E claro, terá que lidar com poderosas entidades como Cthulhu, Nyarlathotep, Shub-Niggurath e outros horrores cósmicos que causam loucura só com um vislumbre.

Se você quer saber melhor como funciona uma campanha de Call of Cthulhu, deixo aqui também a recomendação do Nerdcast de RPG Call of Cthulhu, uma série de 4 episódios de podcast feita pelo Jovem Nerd, onde eles jogam sessões de Call of Cthulhu. Os episódios contam com uma ótima produção e, mesmo sendo apenas áudio, com certeza te deixarão com medo. Você pode conferir os episódios aqui.

4 – Conarium

Seguindo com mais uma indicação de jogos, temos Conarium.

Conarium é um jogo independente lançado em 2017, e também tem como fonte direta os trabalhos de Lovecraft, sendo uma espécie de “spin off” do clássico conto Nas Montanhas da Loucura (H.P. Lovercaft, 1936)

Conarium se passa em uma remota instalação científica no meio da Antártida, onde o jogador acorda sozinho, sem saber o que houve. Conforme vamos investigando, começamos a entender melhor o que estava sendo estudado naquela instalação, e que acabamos por mexermos com algo que deveria ter sido deixado em paz.

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Imagem de Conarium

O interessante de Conarium é que, apesar de ser um título de terror, e ser realmente um jogo que te deixa apreensivo, a jogatina acaba sendo mais uma aventura do que um jogo de sobrevivência, como geralmente é nos jogos de terror. Nossa principal missão não é tentar fugir de um monstro que está tentando nos matar, mas sim tentar entender o que aconteceu.

O jogo é relativamente curto, podendo ser zerado em algumas horas, mas mesmo assim ele tem uma temática muito interessante, que acaba trazendo uma visão um pouco diferente do “horror cósmico” tradicional.

Conarium está disponível no Playstation 4, Xbox One, Nintendo Switch, e nos PCs e Macs pela Steam e Epic Games.

5 – Carrion

Carrion é a obra menos tradicional dessa lista, já que aqui não temos uma entidade super antiga e poderosa como o Cthulhu, e sim um alienígena mais “fraco”, digamos assim (claro, ele não é fraco, mas não é no nível divino como o Cthulhu). No entanto, as inspirações de horror cósmico são claras, principalmente no estilo do monstro: uma criatura amorfa, cheia de dentes, olhos e tentáculos espalhados numa massa que parece uma ameba gigante.

O que deixa Carrion tão único é o seu estilo de gameplay: aqui, nós não estamos tentando sobreviver a um monstro. Nós somos o monstro. Isso mesmo, Carrion se classifica como um “terror reverso”, um jogo onde nós somos o vilão, o monstro que precisa matar o máximo possível.

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Porque ser o monstro é sempre mais legal

O jogo começa com você, a criatura, se libertando de um laboratório onde você estava sendo contido. Sua missão é ir destruindo todo o lugar, enquanto mata o máximo de humanos que pode e vai se tornando cada vez mais forte. A gameplay conta com vários puzzles, e com um estilo de mapa baseado no gênero metroidvania, apesar de não ser exatamente nesse estilo por ser mais linear. Ainda assim, você ainda irá voltar em vários lugares do mapa para liberar novas áreas e novos conteúdos.

Se você quiser ter a experiência de controlar uma criatura perigosa e ser uma ameaça a toda à humanidade, Carrion é uma excelente jornada.

Ainda existem muitas outras…

O horror cósmico vêm se tornando cada vez mais popular nos últimos anos. Esse estilo ficou, durante muito tempo, restrito a livros e revistas, sendo que os pioneiros em trazê-lo para outras mídias foram alguns filmes obscuros e o RPG Call Of Cthulhu. Porém ele vem cada vez mais se tornando popular, o que é algo ótimo, já que é um gênero muito único e interessante.

Ainda tem várias outras obras para indicarmos, então fique ligado aqui para mais artigos falando sobre esse gênero!

Não se esqueça de escutar nosso podcast! Confira nosso último episódio aqui!

Jogador desde os 4 anos de idade, Mestre Pokémon desde 2007 e apaixonado por criar conteúdo. Adoro falar de Pokémon, Avatar e tudo o que eu gosto!
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